Nova lei ESG da união europeia e os desafios para as exportações brasileiras
A União Europeia (UE) implementou uma nova lei ESG (CS3D da EU) que visa garantir que as exportações para os países membros sejam sustentáveis e livres de desmatamento. A partir de 2027, produtos como soja, carne bovina, madeira e café precisarão ter suas cadeias de suprimento rastreadas e certificadas, comprovando a ausência de desmatamento e violações ambientais. Essa medida exigirá das empresas exportadoras a criação de sistemas de compliance robustos, gerando novos custos operacionais que podem encarecer as commodities brasileiras no mercado europeu.
A nova legislação reflete o compromisso da UE com a proteção ambiental e os direitos humanos, impondo severas penalidades para as empresas que não cumprirem as novas exigências. Multas podem chegar a 5% da receita anual das companhias que não conseguirem provar a origem sustentável de seus produtos.
Esse cenário representa um desafio significativo para as exportadoras brasileiras, que precisarão se adaptar rapidamente às novas exigências para manter a competitividade no mercado europeu. Empresas do agronegócio e de setores florestais terão que investir em tecnologias de rastreamento e em práticas de manejo sustentável para atender às demandas de compliance da UE.
Como reflexo da CS3D da UE, as empresas brasileiras enfrentarão vários desafios e oportunidades com a implementação. Dentre eles:
- Implementação de Sistemas de Rastreabilidade e Compliance: para cumprir com as exigências da nova lei, as empresas brasileiras terão que investir em sistemas de rastreamento e compliance que garantam a origem sustentável de seus produtos. Isso incluirá a necessidade de novas tecnologias e processos para monitorar e certificar toda a cadeia de suprimentos, desde a produção até a exportação.
- Custos Adicionais: a implementação desses sistemas e a adaptação às novas exigências da UE gerarão custos adicionais para as empresas. Esses custos podem resultar no aumento dos preços das commodities brasileiras no mercado europeu, afetando a competitividade das exportações do país. As empresas precisarão encontrar maneiras de absorver esses custos ou repassá-los aos consumidores sem perder participação de mercado.
- Risco de Penalidades: a não conformidade com a nova legislação pode resultar em multas severas, que podem chegar a 5% da receita anual das empresas. Isso coloca uma pressão adicional sobre as empresas para garantirem que todos os aspectos de suas operações estejam em conformidade com as novas exigências da UE.
- Adaptação às Novas Normas Ambientais e Sociais: além da rastreabilidade, as empresas terão que garantir que todas as práticas agrícolas e florestais estejam alinhadas com as normas ambientais e sociais da UE. Isso pode exigir mudanças significativas nas práticas de manejo e produção, além de possíveis certificações adicionais para provar a sustentabilidade das operações.
- Pressão por Transparência e Sustentabilidade: a nova lei da UE reflete uma tendência global crescente de demanda por transparência e sustentabilidade nas cadeias de suprimento. As empresas brasileiras terão que se adaptar a essa realidade e demonstrar um compromisso claro com a proteção ambiental e os direitos humanos. Isso pode envolver a adoção de políticas mais rígidas e uma maior transparência nas operações.
- Impacto nas Estratégias de Exportação: as empresas precisarão revisar e possivelmente redefinir suas estratégias de exportação para garantir que atendem às novas exigências do mercado europeu. Isso pode incluir a busca de novos mercados que ainda não tenham implementado regulamentações tão rigorosas ou o fortalecimento das relações comerciais com países que valorizem produtos sustentáveis.
A nova legislação da UE representa um desafio significativo para as exportadoras brasileiras, exigindo adaptações rápidas e substanciais. No entanto, também oferece uma oportunidade para as empresas se posicionarem como líderes em sustentabilidade, potencialmente abrindo novos mercados e melhorando sua imagem global. O sucesso dependerá da capacidade das empresas de inovar, investir em sustentabilidade e garantir a conformidade com as rigorosas normas europeias